quarta-feira, 27 de junho de 2007

PORTO AMAZONAS

ROUTE 69 - Um dia nublado, mas aproveitei a oportunidade.
Fui de carona até o desvio na estrada - Palmeira- Porto Amazonas. Fiz questão de fazer a pé os 12km, dispensando a gentileza de levarem-me até lá.
Esta placa está a uns, 5km da entrada. Não teria reparado, se estivesse de moto ou de carro como sempre.
A velocidade nos dá uma outra dimensão. Ouço o canto dos pássaros, passam caminhões e o deslocamento de ar, arranca meu chapéu cata-pinhão. Junto-o várias vezes. Motoristas ficam a me olhar, devem ficar pensando:
Quem é este andarilho? O que faz perdido na estrada no Séc XXI ?


UM CICLISTA A PÉ?




UM FOTÓGRAFO? UM VAGAMUNDO? TODAS AS ALTERNATIVAS ESTÃO CORRETAS.




QUEIMADAS /CUIDADO COM CHEPAS JOGADAS NA BEIRA DA ESTRA... ELAS MATAM.

LEMBRO...
"Quando me lembro do cheiro do mato, da beira da estrada, de comer pinhão, me lembro do amor de uma árvore, sem esperar prá ver nascer o sol" (Blindagem/Leminski)





NO PÓ DA ESTRADA, EU CONHECI.
UM VELHO VAGABUNDO QUE ANDAVA POR AI SEM QUERER PARAR, QUANDO PARAVA ELE DIZIA QUE SEU CORAÇÃO


AINDA ROLAVA NO PÓ DA ESTRADA. (SÁ & GUARABIRA) PERFIL CICLOBEAT
Passei minha infância inteira vindo todos os finais de semana,
feriados, férias de Julho e de Janeiro a Março.Quando criança queria que meu pai me largasse aqui para fazer a pé este trecho.
Meu interesse por fotografia nasceu aqui, olhando esta estrada, o contorno das rochas ao final da tarde quando voltavamos. Parecia que elas diziam-me alguma coisa. Cresci e descobri que aqui foi fundo do mar há 60 milhões de anos. Talvez! De signo sou peixe!


Tão perto, tão longe. A última vez que passei
por aqui foi em 2001. Fui morar em camboja,
Voltei a Curitiba.
"Quem tem consciência para
ter coragem... E no centro da própria engrenagem, inventa contra mola que resiste" (secos& molhados)


Esta vista não mudou muito desde minha infância



Nem esta...



I
Bar do Tico desde 1945

Ele acima 75 anos. Bike dele abaixo; Uma inglesinha com a mesma idade, usada.


O último vagão

Casa dos Avós Fredolin e Mariquinha, depois telefônica dos Garrett .



Ferrugem, estrada de ferro, fábrica de pontes de ferro. Uma história de navegação.

Flores


Ferro
Amo estas tramelas, para mim jóias preciosas.


Portas.

Porto Amazonas hoje é a Terra da Maçã. Uma maçã que mordi quando ainda era criança, passeava pelos trilhos, banhava-me nos afluentes transparentes do Iguaçu. Andava à cavalo, carroça, Jepp, Rural. Comi o fruto proibido do Zebu. Pai, avós, tios, primos, todos enterrados naquele cemitério. Espero voltar sempre, e um dia sonho com um enterro Viking.
Um barco pegando fogo desçendo pelo Iguaçu. Se os agentes funerários e do Ibama permitirem é claro.


VOLTAREI EM BREVE, UM DIA DE SOL, COM EQUIPAMENTO ADEQUADO,
LITERALMENTE FICARAM MUITAS COISAS PARA TRÁZ.